«Uma Vida Ao Teu Lado» – Uma plenitude de clichés

Uma Vida Ao Teu Lado (2015) rende-se à tendência dos filmes baseados em livros de Nicholas Sparks e o resultado é, mais uma vez, de pouco interesse cinematográfico, com muita lamechice à mistura e um apelo constante à lágrima.

Sophia Danko (Britt Robertson) é uma estudante universitária que não larga os estudos até que conhece Luke Collins (Scott Eastwood), um campeão de “rodeo” que vive no limite das suas capacidades físicas. Os dois apaixonam-se à primeira vista, mas logo se apercebem que são de mundos muito diferentes e que a relação só sobreviverá com bastantes cedências. Entretanto, numa noite, encontram Ira Levinson (Alan Alda), um idoso que sofreu um acidente de automóvel e que guarda consigo as cartas de amor que enviou à sua falecida mulher. Sophia lê as cartas para Ira e estes documentos acabam por revelar-se inspiradores para o jovem casal. A obra vai alternando entre estas duas histórias de amor, sendo que a secundária é bem mais interessante do que aquela é contada em primeiro plano.

Britt Robertson e Scott Eastwood em Uma Vida Ao Teu Lado. Foto: Out Now.
A realização de George Tillman Jr. é simples e pouco inspirada, mas o maior problema do filme está mesmo na sua génese, numa história que em pouco ou nada de novo traz para a cinematografia. Os protagonistas são belíssimos, mas também não conseguem encantar com o seu talento interpretativo, apesar do notório esforço. Tal dever-se-á sobretudo à pouca exploração das características intrínsecas das personagens, já que tudo se concentra no seu relacionamento amoroso. Salva-se, contudo, a interpretação de Alan Alda, um veterano que ajuda a dar alguma credibilidade à história, bem como os atores Jack Huston e Oona Chaplin.

Com ares de telefilme, Uma Vida Ao Teu Lado é a décima adaptação cinematográfica de uma obra de Nicholas Sparks e, mais uma vez, bem que o Cinema poderia dispensá-la...

(Crítica originalmente publicada no SAPO)