'O Jogo da Imitação' - O poder de um segredo

Uma história singular sobre uma personalidade única resulta numa obra fascinante, mas algo desperdiçada. Das malhas da II Guerra Mundial, surge um segredo que mudou o percurso da guerra e que volta a ser mostrado no Cinema. Alan Turing (Benedict Cumberbatch) foi um conhecido matemático que conseguiu encurtar a guerra ao inventar uma máquina que descobria as mensagens encriptadas que os nazis passavam entre si. Tudo isto em segredo, durante muitos anos.

Benedict Cumberbatch em O Jogo da Imitação. Foto: Out Now.
O Jogo da Imitação (2014) tem uma fotografia assinalável, em que a realização de Morten Tyldum se revela segura, mas pouco ousada. A narrativa não é muito linear, o que ajuda a mantar a atenção do espectador, numa espectacular história desconhecida para muitos. Quem espanta em toda a linha é Cumberbatch, que consegue um dos melhores papéis da sua carreira, impressionando pela forma como retrata a personagem. Keira Knightley mostra maturidade e qualidade dramática, mas já teve papéis mais prósperos no seu currículo.

Apesar de um enorme potencial, O Jogo da Imitação resulta, contudo, num filme simples e pouco reflexivo ou exploratório, sendo algo superficial. Há aspectos a realçar, como a qualidade da história contada e a fotografia. Mas o filme vive sobretudo da interpretação do seu protagonista, num marasmo restante em que tudo é bom, sim, mas apenas isso.