(Pouca) 'Magia ao Luar'

Uma simples comédia romântica, com pouca ou nenhuma reflexão e absolutamente previsível. Magia ao Luar (2014), de Woody Allen, desilude na falta de ambição narrativa, ficando muito abaixo da qualidade de anteriores obras do realizador nova-iorquino. Passada na Côte d'Azur dos anos 1920, esta é a história de Stanley (Colin Firth), um dos principais mágicos da época e um homem céptico em relação a tudo. Um dia, após um dos aclamados espectáculos, é desafiado pelo seu amigo Howard (Simon McBurney) para que desmascare uma alegada médium que captou a atenção de uma família rica. Ela é Sophie (Emma Stone), uma bela jovem norte-americana. Quando se conhecem, Stanley começa a ver abalada muitas das suas certezas.

Emma Stone e Colin Firth em Magia ao Luar. Foto: Yahoo.
O argumento é simples e o desenvolvimento do mesmo também. As surpresas são escassas, bem como os bons momentos. Há, contudo, aspectos positivos. Tratando-se de uma obra de Allen, a boa realização está garantida, faltando, porém, alguma criatividade a que o cineasta tanto nos habituou. A fotografia é belíssima, bem como toda a indumentária e banda-sonora. O elenco é um dos trunfos da obra, contando com dois actores reconhecidos, um deles já oscarizado. Os protagonistas, Stone e Firth, constroem de forma perfectível as suas personagens, apesar de a química entre ambos não ser das melhores.

Emma Stone, Woody Allen e Colin Firth nas gravações de Magia ao Luar. Foto: reneebrack.com.
Magia ao Luar não é, por certo, uma das melhores obras de Woody Allen. Não deixa de ser, contudo, uma comédia romântica interessante, entretendo o espectador com uma obra com dinamismo. Valerá a pena sobretudo pela personagem de Stanley, um céptico aparentemente incurável, que coloca questões pertinentes sobre a vida e aquilo em que a sociedade acredita. E aqui, sim, está o pincel de Allen nesta pintura cinematográfica.