Invencível - Da Superação à Dignidade de Zamperini por Jolie

Pelas mãos da super-estrela Angelina Jolie chega-nos Invencível (2014), a sua segunda longa-metragem que nos leva até à II Guerra Mundial pelos olhos e vivências de Louis Zamperini. Louie, como é carinhosamente tratado, foi um atleta olímpico norte-americano que se alistou na Força Aérea e acabou enviado para a frente da batalha. Quando, numa missão de resgate de outros soldados, a sua aeronave cai no mar, passam-se 47 dias de privação em alto mar. Louie acaba capturado pelas tropas japonesas, ficando num campo de prisioneiros de guerra durante dois anos.

Duas das personagens centrais de Invencível: Takamasa Ishihara (Watanabe) e Jack O'Connell (Louis Zamperini). Foto: cine.gr.

A história é verídica e demorou bastantes anos até ser levada ao grande ecrã. Já perto de fazer 100 anos, o verdadeiro Louis Zamperini viu, finalmente, a sua história ser contada em cinema mas acabou por falecer em meados de 2014. Este filme acaba por ser a bonita e merecida homenagem a um homem que passou horrores, não deixando, contudo, de fazer sobreviver o seu humanismo, realçando sempre o perdão que o distinguia de quem lhe fez mal.

Com alguns momentos de humilhações atrozes a Zamperini a exigirem alguma força psicológica por parte do espectador, este é um filme em que a história de vida do seu protagonista sai mais realçada do que qualquer outro aspecto da sua produção.

Finn Wittrock (Mac), Domhnall Gleeson (Phil) e Jack O'Connell (Louie), o trio de soldados norte-americanos que esteve 47 dias em alto mar após o avião que tripulavam numa missão de resgate ter-se despenhado. Foto: Cine.gr.

Angelina Jolie não se sai mal na cadeira da realização, apresentando um filme sólido (talvez demasiado longo num ou noutro segmento), acima de tudo assente numa história incrível de superação e dignidade humanas. O grande responsável pela qualidade deste filme é, por isso, o argumento, da autoria dos irmãos Joel e Ethan Coen, que utilizaram como base uma primeira versão da história de Zamperini escrita por Richard LaGravenese.

Mais do que grandes planos ou uma condução estética particularmente interessante, há momentos em que a fotografia rouba a cena e eleva o filme a outro patamar. Isso, aliado à potente história que nos é mostrada por um elenco cumpridor mas não brilhante (fico, aliás, curioso para ver mais do jovem protagonista, o britânico Jack O'Connell, que, com um papel desta envergadura, acaba por desiludir) tornam Invencível num bom filme, que, mais do que mostrar as agruras daquele conflito, nos conta uma história de vida impressionante.