'Red 2: Ainda Mais Perigosos'

Red 2: Ainda Mais Perigosos. Foto: Beyond Hollywood.

Os reformados mais incontroláveis do Cinema estão de regresso para mais uma aventura que é, contudo, menos inspirada e surpreendente do que o primeiro filme, Red: Perigosos (2010). Não obstante, a sequela consegue unir de forma relativamente harmoniosa momentos de muita acção com bom humor.

Na obra, Frank Moses (Bruce Willis) precisa de se juntar novamente aos seus amigos, Marvin (John Malkovich) e Victoria (Helen Mirren) – além, claro, da namorada que adora o perigo, Sarah (Mary-Louise Parker) – para salvar milhões de vidas enquanto muitas pessoas tentam assassiná-lo. O argumento não é tão inovador ou cativante como o filme anterior, apesar de o factor previsibilidade não estar muito presente, o que favorece o desenvolvimento da trama. Um dos aspectos positivos é a realização de Dean Parisot, bem enquadrada com o ritmo alucinante da narrativa e embora não haja planos muito criativos, há apontamentos interessantes que nos fazem lembrar que a história tem como base a banda desenhada.

Mary-Louise Parker, Bruce Willis e John Malkovich em Red 2: Ainda Mais Perigosos. Foto: Out Now.

O melhor de Red 2: Ainda Mais Perigosos (2013) será mesmo o elenco, que vai conseguindo salvar algumas das lacunas da obra. Os actores têm uma excelente química entre si e é sempre um luxo ter em qualquer filme nomes como John Malkovich, Anthony Hopkins (a melhor personagem do filme) e Helen Mirren, que atribui à obra uma especial elegância. Destaque ainda para Catherine Zeta-Jones, que tem uma personagem charmosa e ousada, que cria bons momentos de fricção com o restante elenco. Todavia, a complexidade das personagens principais deixa um pouco a desejar em relação a Red: Perigosos, faltando alguma imaginação na construção das mesmas.

Helen Mirren em Red 2: Ainda Mais Perigosos. Foto: Out Now.

Mas, tal como tinha acontecido no primeiro filme, a comédia é o trunfo do filme e está sempre presente, o que ajuda a aligeirar a história pouco verosímil e envolvente, mesmo tratando-se de um filme deste género. É também uma lufada de ar fresco para os imensos e habituais filmes de acção em que os heróis são sempre musculados, impulsivos e pouco racionais. Já os heróis deste filme são agentes reformados que não conseguem largar a adrenalina de matar alguém de vez em quando, onde se salienta a experiência em vez do resto.

Red 2: Ainda Mais Perigosos não é um filme de comédia inovador ou um filme de acção absolutamente imparável, onde mal de percebe o que se está a passar. É mais um intermédio dos dois géneros e cumpre o que promete: puro entretenimento. Há perseguições arriscadas, lutas impressionantes e momentos divertidos do início ao fim. Cumpre, assim, as expectativas, que também não eram muito altas, não desiludindo. E como diz um velho ditado: “velhos são os trapos”.

(Crítica publicada na revista Metropolis de Setembro de 2013: http://www.cinemametropolis.com)