'A Vida em Oranges' é turbulenta, mas divertida

Uma comédia despretensiosa, mas que consegue render bons momentos de humor. A Vida em Oranges (2011) mostra-nos a convivência feliz e harmoniosa entre duas famílias numa região pacata, Oranges, em Nova Jérsia, EUA. Tudo muda com a chegada de Nina Ostroff (Leighton Meester) para o Dia de Acção de Graças, após cinco anos de ausência. A jovem acaba por envolver-se amorosamente com David Walling (Hugh Laurie), o patriarca da família vizinha. A confusão fica instalada e nada será igual para nenhum dos membros da família.

Elenco de A Vida em Oranges. Foto: Out Now.

Apesar de alguns momentos de potencial drama, a obra nunca resvala para o caminho mais fácil - o melodrama -, tentando sempre encontrar o caminho do humor. Não se trata, porém, de uma mera comédia, tendo algum carácter reflexivo imbuído, algo desperdiçado. O mais forte será mesmo o argumento, descartando a importância de outros elementos, como a fotografia ou a banda sonora, que se revelam pouco relevantes. A realização de Julian Farino é também algo vulgar e pouco criativa.

Hugh Laurie e Leighton Meester em A Vida em Oranges. Foto: cinemagia.ro.

A boa história de A Vida em Oranges acaba por não compensar, por completo, estas falhas, mas dá uma boa ajuda. Tal como a interpretação dos actores, sobretudo a de Hugh Laurie. Após vê-lo tantos anos como o sarcástico e implacável Dr. House, na série homónima que terminou em 2012, é interessante encontrar o actor britânico num registo diferente, bem mais leve e passional. De qualquer forma, a maioria do elenco foi bem escolhida e enriquece em muito a obra. Participam também no filme Oliver Platt, Catherine Keener, Alia Shawkat, Allison Janney, Sam Rosen e Adam Brody.

Hugh Laurie em A Vida em Oranges. Foto: Out Now.
Sem ser uma comédia particularmente criativa ou deslumbrante, A Vida em Oranges não deixa de ser um bom filme que concilia as paixões arrebatadoras com a força de uma amizade, que é o que supera sempre, apesar dos enlaces surpreendentes da vida.