'Os Vingadores'

Os Vingadores. Foto: Beyond Hollywood.

Valeu a pena esperar por um grupo de heróis assim. Os Vingadores (2012) marca o encontro de super-heróis icónicos da Marvel: Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Hawkeye. Quase todos já tinham tido direito a spin-offs, à excepção dos últimos dois. As adaptações de banda desenhada para o grande ecrã nem sempre correram da melhor forma, mas este não é o caso de Os Vingadores. Não poderemos ainda comparar com a trilogia de Batman por Christopher Nolan (Batman - O Início, 2005; O Cavaleiro das Trevas, 2008; O Cavaleiro das Trevas Renasce, 2012, crítica aqui) - a melhor adaptação do género até agora - mas não deixa de ser um bom filme de super-heróis com muita acção à mistura.

Chris Evans em Os Vingadores. Foto: Out Now.

A história gira à volta do regresso de Loki (Tom Hiddleston) à Terra (que já tinha aparecido em Thor, 2011), que pretende usar um poder descoberto que estava junto ao Capitão América enquanto este esteve congelado durante décadas. Este poder tem a capacidade de destruir a Terra, o que levará a S.H.I.E.L.D., comandada por Nick Fury (Samuel L. Jackson), a tentar juntar o grupo de pessoas mais extraordinárias para evitar uma catástrofe. Contudo, a reunião não será fácil, sobretudo quando se trata de lidar com diferentes egos heróicos e um Hulk implacável que pode enraivecer a qualquer momento e destruir tudo à sua volta.

Tom Hiddleston em Os Vingadores. Foto: Out Now.

A narrativa desenvolve-se de forma fluida e dinâmica, não cansando o espectador, sendo a realização de Joss Whedon inventiva e apropriada para um filme do género. De qualquer forma, não deixa de ser um filme feito para os fãs, que poderá não impor o mesmo encanto para um espectador que não conheça à partida algo da banda-desenhada ou que, pelo menos, tenha assistido a algum dos filmes anteriores que apresentam as diferentes personagens. Assim, o argumento acaba por não ser contagiante o suficiente, não é épico o bastante para que o sentimento de medo da destruição iminente impere no desenvolvimento da narrativa. Ainda assim, é preciso realçar a química dos vários heróis e dos diálogos instigantes e com algum bom humor, o que cria um bom ritmo à obra. Destaque também para os efeitos visuais, que são deveras fascinantes, não tendo sido à toa que Os Vingadores tenha sido nomeado nesta categoria para a última edição dos Óscares. Quando se trata de um filme de super-heróis e dos seus poderes inimagináveis, este é um aspecto a não descurar, tal como sucede nesta obra.

Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Chris Evans, Jeremy Renner, Mark Ruffalo e Robert Downey Jr. em Os Vingadores. Foto: Beyond Hollywood.

Como já tinham havido spin-offs, já se conhecia alguma ligação dos actores com as suas personagens, com destaque inequívoco para Robert Downey Jr. e o seu Homem de Ferro. A dúvida aqui era saber como iriam funcionar todos juntos e, apesar de não ter sido perfeito, o encontro acabou por funcionar de alguma forma. Destaque também para alguns actores que ainda não tinham aparecido antes, como Mark Ruffalo - fantástico como Hulk, talvez o melhor até agora, superando Eric Bana (Hulk, 2003) e Edward Norton (O Incrível Hulk, 2008) - ou Cobie Smulders, uma bela surpresa como a segura e destemida Maria Hill, uma das agentes da S.H.I.E.L.D. Destaque também para Tom Hiddleston, que atribuiu a loucura e malvadez necessárias ao vilão Loki, uma das melhores personagens do filme e, claro, Samuel L. Jackson, que nunca desilude.

Os Vingadores não será o melhor filme de super-heróis, mas não desiludiu perante as muito altas expectativas da reunião dos anteriores (e bem-sucedidos) filmes da Marvel como Homem de Ferro (2008), Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) ou Thor. O que poderia ser melhorado seria eventualmente o argumento, que aspirava a uma maior complexidade e envolvência narrativas.