«Star Wars: O Despertar da Força»: a carta de amor de um fã

Muito se esperou deste Star Wars: O Despertar da Força (2015) e as expectativas não saíram defraudadas. Esta nova história passa-se 30 anos após os acontecimentos de O Regresso de Jedi (1983), de George Lucas. Das cinzas do Império, emergiu a Primeira Ordem, cujo elemento com mais raiva e sedento de repor a ordem é Kylo Ren (Adam Driver). Ele procura Luke Skywalker (Mark Hamill), mas não é o único. Também Leia (Carrie Fisher), a Princesa que agora é General, procura reencontrar o irmão, o símbolo dos Rebeldes e da Força Jedi. Pelo meio, conhecemos Rey (Daisy Ridley), uma sucateira que sonha encontrar a sua família perdida, e Finn (John Boyega), um Stormtrooper com consciência, que se arrepende e procura embarcar num caminho mais luminoso. Há muito mais a acontecer no filme, mas não estragaremos a surpresa. Todavia, falemos ainda de BB-8, um adorável droid e um dos melhores novos elementos que foram adicionados à saga.

Daisy Ridley em Star Wars: O Despertar da Força. Foto: makingstarwars.net.
Star Wars é um sucesso mundial raro, que encontra em J.J. Abrams, o realizador deste novo filme, um fã incomensurável. Decerto procurou respeitar o legado deixado e tal é evidente ao longo da obra, que permanece sempre num limbo entre revisitar o passado e a criação de um novo caminho. Portanto, joga-se um pouco pelo seguro, não há muito arrojo na realização de Abrams, que sabemos que não peca pela falta de criatividade. O argumento é conciso e muito fluido, pelo que o espectador dificilmente terá motivos para se entediar. Há muita acção e explosões sucessivas, mas também há muita alma e emoção, despretensiosismo, num filme pontilhado por um humor leve e eficaz. 

Imagem de Star Wars: O Despertar da Força. Foto: Out Now.
Quanto ao elenco, é reconfortante rever os atores da primeira trilogia, sobretudo Harrison Ford, que interpreta de forma magistral Han Solo. Destaque também para os actores que ingressam agora na saga, como John Boyega, que acertou perfeitamente no tom da sua personagem, ao contrário de Adam Driver, que ainda parece algo titubeante no papel de grande vilão. Já Oscar Isaac (Poe Dameron) é um pouco uma desilusão, não pelo ator, mas pela falta de destaque dada à sua personagem e ao seu intérprete recheado de talento. A estrela do filme acaba por ser Daisy Ridley, com um desempenho promissor e emocionante.

Star Wars: O Despertar da Força é um triunfo no sentido em que mantém a essência da trilogia original ao mesmo tempo que deixa várias pontas soltas para os filmes que se seguem. Afinal, não esqueçamos que este é o primeiro filme de uma nova trilogia. A Força está muito viva e ainda bem que assim é.